Carol não sabia, quando saiu de casa, que aquele pequeno pedaço de chumbo lhe atravessaria a garganta em diagonal. Pedro não havia sequer sonhado que naquele dia apertaria o gatilho da arma que jamais pretendeu usar, mas que mantinha limpa e carregada, trancada na gaveta do criado mudo. Gustavo queria mesmo é dar uma surra em Pedro por ter se engraçado com Laura, passado a mão, desrespeitado. Laura não queria que Carol soubesse, porque imaginava que ela sofreria demais ao saber da atitude de Pedro logo depois do beijo e dela ter ido pra casa cedo naquela noite.
Mas Carol saiu e foi ver Pedro.
Gustavo meteu o pé na porta e disse que ia lhe dar uma lição.
Pedro apanhou feito cachorro antes de correr pro quarto e pegar a arma.
Laura ficou em casa. Era domingo.
Pedro atirou de lado, que era só pra dar um susto.
Carol tinha visto a porta aberta. Caiu no chão confusa depois do impacto e do estalo.
Gustavo levou o susto, e Pedro dava risada.
- E agora mané? Vai bater em quem?
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